A primeira
vez de quê? Existem muitas "primeira vez" na experiência amorosa! A primeira paixão, o primeiro beijo, a
primeira carícia, a primeira vez que estão despidos à frente de alguém! A primeira relação sexual! São muitas
as expetativas ligadas à primeira vez em que vamos estar numa situação de mais
intimidade com outra pessoa.
Queremos que
tudo corra na perfeição, que seja o momento perfeito. Crescem inquietações,
ansiedades: será que ele(a) vai gostar de mim? É importante falar sobre o que
gostam, o que não gostam, sobre os vossos desejos e ansiedades.
Este é um
caminho que deve ser vivido a dois. Uma aproximação gradual baseada na partilha
de carícias e das sensações daí resultantes, é eficaz para aliviar possíveis
tensões e/ou ansiedades. Experimentar, partilhar desejos e emoções aumenta o
sentimento de segurança e descontração, tão importantes para que a
intimidade vá crescendo de forma tranquila e alegre.
A virgindade
Associado à
primeira vez, surge o conceito de virgindade, que pode ter várias
interpretações. Se, para uns, ser virgem significa nunca ter tido um contacto
sexual, para outros, significa nunca ter tido uma relação com penetração;
outros ainda, atribuem o rompimento do hímen à perda da virgindade. Não existe
portanto uma definição consensual do que é a virgindade.
O significado mais comum atribuído ao conceito de virgindade tem a ver com a prática sexual, em que existe a penetração do pénis na vagina havendo o rompimento do hímen. O hímen é uma membrana de pele muito fina que existe um pouco depois da entrada da vagina. As suas características diferem de mulher para mulher em função do seu grau de elasticidade.
Alguns hímenes rompem logo nas primeiras relações sexuais e provocam um sangramento, enquanto outros, por serem mais flexíveis, alargam e não sangram. Mas também se pode dar o caso de uma mulher não ter hímen, ter nascido sem ele! Noutras situações, há complicações (muito raras) em que o hímen não tem orifício. Nestes casos, o médico realiza uma intervenção cirúrgica para que o hímen fique com uma pequena abertura para a menstruação sair e/ou romper posteriormente.
A verdade sobre alguns mitos...
·
O tampão não
tira a virgindade;
·
Quem se
masturba não deixa de ser virgem, mesmo que a masturbação seja a dois;
·
Se a
rapariga/mulher não sangrar na primeira relação sexual não significa que ela
não é virgem.
Relativamente
à virgindade ouvem-se ainda muitas histórias, muitas ideias feitas…
• Será
que o corpo muda quando se perde a virgindade?
• A primeira relação sexual dói?
• A primeira relação sexual dói?
Basicamente,
o corpo não se altera quando a pessoa inicia a vida sexual. Talvez te sintas
diferente, mas fisicamente o teu aspeto é o mesmo. O que por vezes sucede, é
que ao sentires-te diferente, comportas-te de modo diferente, podes sentir-te
mais bonita(o), mais desejada(o), confiante e amada(o). É só!
Por outro
lado, a primeira relação sexual não implica necessariamente dor. Os mitos
acerca do rompimento do hímen, da penetração, são passados de boca em boca, de
geração em geração. É claro que a precipitação, a falta de confiança, o não te
sentires preparada(o), o medo, a ansiedade podem fazer com que os músculos da
vagina fiquem mais contraídos e que não lubrifiques tanto.
Nestas
circunstâncias, a relação sexual pode ser um pouco desconfortável. Quando um
casal se sente preparado para ter uma relação sexual, quando sentem que chegou
o momento, quando dispõem de tempo, basta deixar crescer o desejo, relaxar e
desfrutar da intimidade a dois. As carícias, os gestos ternos, as palavras
ditas com carinho, afeto e cuidado podem ajudar a
descontrair.
Iniciar a
vida sexual é uma escolha. Uma escolha individual. E essa decisão deve ser
pensada e tomada com maturidade sejam rapazes ou raparigas. Fazer amor é
partilhar emoções, sensações, é confiar, é amar, é desejar, é prazer, é ser
responsável, é brincar...
Tu é que
decides qual é a idade certa. Porém, se as dúvidas e as questões “dançam” na
tua cabeça, é melhor parares para pensar. Não existe uma idade, uma hora ou um
espaço indicado ou aconselhado. Para ti a idade certa pode ser uma, para a(o)
tua/teu amiga(o) outra.
Tudo depende
dos teus sentimentos, do teu desejo, da tua segurança, do teu sentido de
responsabilidade, da tua maturidade física e afetiva. As ideias ou os tempos
das outras pessoas não te obrigam a
nada.
Existem, no
entanto, alguns aspetos que podem ajudar na tua decisão:
• Falarem um com o outro sobre os vossos sentimentos e desejos para saber se a relação sexual é um desejo de ambos;
• Terem por perto algum suporte ao nível da Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) (ex: Gabinete de Atendimento à Sexualidade Juvenil, Centro de Saúde) e familiar (ex: um(a) primo(a) mais velho(a), um(a) amigo(a) da família com quem possas contar);
• Informarem-se sobre os vários métodos contracetivos e prevenção de DST (Doenças sexualmente transmissíveis);
• Decidirem, em conjunto, quais os métodos contracetivos que querem utilizar.
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