Não há problema em dizer "NÃO"!



"Vá lá - Toda a gente faz!!".

Não é verdade. A velha frase é um truque. Não te deixes enganar por ela. É verdade que cerca de metade dos jovens têm relações sexuais. Também é verdade que CERCA DE METADE NÃO TÊM. E muitos dos que tiveram relações sexuais, não o queriam realmente - deixaram-se convencer.
Talvez os teus amigos tentem empurrar-te para as relações sexuais. Talvez te digam "Isso provará que és um homem" ou "Fará com que te sintas um mulher de verdade".

A verdadeira questão é: O que é que está certo para ti?

TU É QUE DECIDES!
Podes pensar " Porque estou tão ansioso(a) e ao mesmo tempo quero recuar?", talvez porque sentes o mesmo que milhões de outros jovens - as relações sexuais podem ser um erro se não estás ainda preparado(a). Não podes pedir emprestada a opinião de ninguém. Pode não servir para ti. Tu és único(a) e precisas de uma decisão única. Tens de fazer a tua própria escolha - a que é melhor para ti.

Os teus amigos têm aspectos e personalidades diferentes. As suas necessidades e valores também são diversos. Cada um deseja uma coisa diferente da vida. Às vezes o teu estilo de vida harmoniza-se com os seus. Outras vezes, entra em choque. Lidar com o conflito faz parte do crescimento e da criação da independência. Tu tens que tomar uma quantidade de decisões. Manobrar as relações pessoais, fazer planos para o futuro, e fazer sempre escolhas saudáveis - incluindo decisões sobre o sexo - é disto que trata o crescimento!

O que fazer?

SÊ HONESTO(A). Diz o que realmente sentes quando tu e o teu(tua) amigo(a) falarem de sexo.
Os teus amigos podem ser demasiado envergonhados. Ou sentirem que devem ser "fixes". Pode ser mais difícil ser "honesto" com alguém de quem gostas especialmente. Ser "honesto" pode ajudar a compreender porque é que algumas pessoas têm relações sexuais antes de estarem preparadas. Muitas dessas razões não são assim muito sexuais. Elas são por exemplo:

Tentar curar a solidão e a infelicidade;
Ser mais popular ;
Usar o sexo físico para evitar o isolamento e a falta de relacionamentos;
Provar que não se é homossexual ou lésbica;
Esperar descobrir o "fogo-de-artíficio" que se vê no sexo na TV e em discos, filmes, revistas e livros;
Acreditar que a primeira vez não é assim tão importante e então vamos a isto;
Não fazer boas avaliações porque bebes muito ou usas drogas.

RELAÇÕES SEXUAIS nestas condições podem ter maus resultados. E há sempre o risco de gravidez ou de infecção de doenças sexualmente transmissíveis.

Por isso está certo dizer "NÃO". Não tens de te explicar, mas podes dar as tuas razões se quiseres - "decidi esperar" ou "Não estou preparado(a) para me envolver já" - diz aquilo que te fizer sentir mais confortável.

DEPOIS DO NÃO, PÁRA!

O Projeto Unisexo, promovido pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, visa atuar na área da prevenção da violência sexual no ensino superior, focando especificamente as relações ocasionais e de namoro estabelecidas pelos estudantes universitários.

A desvalorização do sexo forçado nas relações de intimidade e dos atos sexuais menores (como toques e beijos forçados), os consumos de bebidas alcoólicas e outras substâncias aliado ao ambiente de festividade, liberdade e excessos usuais nas festividades académicas são fatores que podem levar a que muitas das vítimas não denunciem e nem sequer percecionem estes atos como crime.

A atividade central do Projeto Unisexo passa pelo desenvolvimento de uma campanha de prevenção, dirigida aos estudantes universitários, através de diversos suportes: spots vídeo e rádio, folhetos, cartazes e MUPIs, além de outros materiais. Esta campanha tem como objetivo veicular uma mensagem chave: "Depois do não, pára! Respeita a vontade dos outros. A Violência sexual é crime."



 

Abuso Sexual


 
O que se entende por abuso sexual?

Os abusos sexuais contra menores são todas as situações em que crianças e adolescentes são utilizados pelos adultos para ter prazer sexual, quer através de violência, sedução ou chantagem.

Consideram-se ainda como situações de abuso, as práticas de carácter exibicionista perante o outro, obscenidade escrita ou oral, obrigatoriedade de assistir a espectáculos pornográficos, o uso de objectos pornográficos ou ainda se o menor é usado para fins fotográficos ou filmes de índole pornográfica (art. 171º do Código Penal). Esta definição compreende crimes contra a autodeterminação sexual de crianças (menores de 14 anos).

Ou seja:

  • Qualquer acto sexual com um menor de 14 anos é considerado abuso;
  • Entre os 14 e os 16 anos considera-se abuso se for provado que houve aproveitamento de inexperiência do menor por parte de um adulto.               
Sabias que...
  • A expressão violência sexual só se usa nos crimes sexuais contra maiores, contra menores toma o nome de abuso sexual de crianças ou outro, consoante a idade do menor e as circunstâncias;
  • Enquanto que para os maiores de idade o consentimento é que determina a existência ou não de crime, para os menores de idade não existe essa circunstância. É sempre, ou quase sempre, crime independentemente da “vontade” da(o) menor.

As situações de violência sexual são, muitas vezes, difíceis de denunciar ou sinalizar...

Porque o medo da vítima induz ao silêncio, protegendo desta forma o agressor. A violência sexual é imposta, não corresponde portanto às necessidades de quem é abusado, violado ou assediado, seja qual for a sua idade, sexo, estado civil, profissão ou laço de parentesco. Frequentemente, um dos motivos que leva a vítima a guardar silêncio sobre o acto que sofreu é o facto de poder vir a ser também vitimizada socialmente quando o denuncia.

“O silêncio não ajuda a esquecer, por vezes até aumenta a raiva e o sentimento de injustiça.”

O que fazer nestas situações? Quem contactar?

É importante que as vítimas falem sobre o que lhes aconteceu com pessoas competentes e com formação nesta área.

Existem Gabinetes de Apoio à Vítima, assim como outros espaços que te podem ajudar e orientar nesta situação. Para obteres estas e outras informações, podes telefonar para
  • Sexualidade em Linha – 808 222 003
  • Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – 707 200 077
  • SOS Criança – 800 202 651/217 931 617
  • Gabinetes de Apoio à Sexualidade Juvenil – Direcções Regionais do IPJ (consulta o site: www.juventude.gov.pt)
  • PSP, GNR ou Polícia Judiciária
  • Hospitais, Centros de Saúde, o Médico de Família, entre outros Técnicos de Saúde.    
Se não quiseres ir sozinha(o), podes levar uma pessoa amiga, alguém em quem confies e esteja contigo.

Quando telefonares, lembra-te que do outro lado há sempre alguém que te ouve, respeita e te pode ajudar!!!