Olha Por Mim



Olha Por Mim – Reflexões sobre temas da infância e adolescência é uma compilação de crónicas, revistas e modificadas, escritas para o jornal Público entre os anos de 2002 e 2005, com uma introdução do Prof. Doutor Daniel Sampaio.
Contém uma visão psicodinâmica da vida emocional dos mais novos e dos problemas mais comuns que os afectam nos dias de hoje.
Neste livro são abordados temas tão vastos como os das relações familiares, a SIDA, os comportamentos de risco ou a necessidade de novas políticas para as crianças e adolescentes, através de uma crítica construtiva, assente na esperança de um futuro melhor.
 
Olha Por Mim é também um apelo para que quem está a crescer possa ser mais investido emocionalmente e tratado com a dignidade, a força, a alegria e o desejo de mudar que tanto merece.

Assertividade e comunicação nas relações


As relações são complicadas? Não têm que o ser… Se comunicarem os vossos sentimentos é muito mais fácil. Deixo-vos um bom e um mau exemplo. 

As relações implicam diversos comportamentos. Há sempre comportamentos que desejamos que o outro tenha e há pedidos que a outra pessoa gosta de nos fazer. É importante saber pedir de forma clara e simples os comportamentos que queremos que o outro tenha e saber aceitar os pedidos das outras pessoas, se nos parecerem adequados.

Desta forma é mais fácil estarmos juntos e entendermo-nos com outra pessoa, porque sabemos de que gostamos e de que é que o outro gosta.

Sejamos abertos e expressemos as nossas preferências em relação ao comportamento do outro. Quantas vezes temos de dizer: “porque é que não mo pediste, se gostavas tanto disso?” Contudo, é importante dar à pessoa o direito de dizer não, para que tenha a liberdade de organizar a sua vida e os comportamentos que considere mais adequados.


Mau exemplo:
O João e a Ana saem juntos há alguns meses. Gostam de estar juntos mas já não sabem o que fazer na forma de se relacionarem, porque um não sabe como o outro quer estar. Por exemplo, a Ana gostaria de dar a mão ao João enquanto passeiam ao longo da rua, mas não se atreve a fazê-lo. O João nem faz ideia disso, embora também lhe apetecesse ter um contacto mais próximo com a Ana – mas é tímida, tem medo de incomodar e não se atreve a iniciar nenhum tipo de aproximação. Por esta razão vão os dois pela rua fora com os braços esticados e a meio metro de distância.

Bom exemplo:
O João e a Ana começaram a andar juntos há pouco tempo, e não fazem a mínima ideia de como o outro gosta de estar. A Ana tem imensa vontade de pegar na mão do João, mas não sabe muito bem de que forma é que interpretará essa atitude.
Então, a Ana pega na mão do João enquanto lhe pergunta “Posso? Apetece-me dar-te a mão, gosto tanto de a sentir enquanto passeamos.” O João faz um gesto de aproximação corporal enquanto lhe diz: “Eu também gosto. Que bom que é estar contigo!”


Já te aconteceu algo parecido?

Dia Internacional do Preservativo

Esta semana celebrou-se o Dia Internacional do Preservativo, esta data tem como principal objectivo promover a utilização do preservativo como forma de combater as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).

 Fica a par de alguns dados referentes ao Dia Internacional do Preservativo
  • O preservativo é o meio mais eficaz, barato e seguro de prevenção da transmissão sexual do VIH e outras DST.
  • Portugal têm a maior taxa de infecção por VIH/Sida da Europa Ocidental e ainda hoje mais de 90% das DST's diagnosticadas são contraídas por via sexual.
  • Daí que o preservativo deve ser acessível a todos em quantidades suficientes, gratuito e disponível em escolas, estabelecimentos prisionais, centros de saúde. 
  •  Em 2013, assinalam-se também 30 anos do primeiro caso de SIDA em Portugal. 
  • Milhares de pessoas desconhecem que estão infectadas. A prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para diminuir a transmissão da infecção.
  • A infeção pelo VIH, desde que diagnosticada, tem tratamento que permite uma qualidade e esperança de vida semelhantes à das pessoas não infectadas.
  • Se tiveste algum comportamento de risco faz o teste do VIH.

Consulta do Adolescente




Horário: 2ª feiras das 17:00h-18:00h
Nesta consulta podes esclarecer as tuas dúvidas sobre adolescência, sexualidade, métodos contracetivos , bullying, alimentação, etc…
 
Centro de Saúde do Marco de Canaveses

Feliz Dia de S. Valentim!





Não esqueçam que "o amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."

Amizade colorida


Muitos acham que "amizade colorida" é um relacionamento entre amigos, onde ambas as partes se satisfazem com os momentos íntimos, sem se comprometerem um com o outro. Eles estão certos, mas não estão absolutamente certos.

A expressão "amizade colorida" significa o relacionamento onde há interacção sexual entre os comprometidos, como carícias, beijos, relações sexuais, e outras características do namoro. A diferença da amizade colorida para a amizade tradicional é devido à intimidade física dos participantes, sendo que não há compromissos com o outro, como o de fidelidade. 
É possível pensar que amizade colorida é aquela que permite as pessoas não ter obrigações, exigir explicações; talvez com o intuito de procurar companhia e momentos de prazer recíproco.
Apesar de haver uma amizade entre essas pessoas, corre-se o risco de uma delas ou as duas se envolverem além do que foi determinado, levando ao fim da relação ou, no caso do envolvimento ser mútuo, poderá dar terminar em namoro.
A amizade colorida pode surgir no tempo em que as pessoas não podem ou não querem comprometer-se, estas ocorrem na maior parte das vezes quando as duas pessoas estão sem namorado ou terminaram uma relação. A aproximação é facilitada pela intimidade, porém há uma confusão sobre o que é o relacionamento.
O fato da rapariga se "apegar" ao amigo pode ser explicado pela confiança depositada no mesmo, acreditando que não será traída, uma vez que o amigo é bastante conhecido.

Sexo na adolescência... Tema difícil?

A Adolescência é o momento da vida em que ocorrem transformações físicas e emocionais importantes, preparando a criança para assumir um novo papel perante a família e a sociedade. A criança desenvolve-se, amadurece e fica apta para usufruir a sua sexualidade, assumir a sua identidade sexual e namorar.
As modificações corporais (Puberdade) materializam-se com a menstruação nas meninas, as ejaculações espontâneas nos meninos, o crescimento de pêlos no corpo, a mudança de voz, o aumento do tamanho do pénis e dos seios, entre outros.
Para além das transformações físicas, temos as transformações emocionais e sociais que, dependendo da cultura de cada sociedade e os processsos de educação e proteccionismo da família podem surgir mais cedo ou mais tarde, independentemente da criança estar já bem desenvolvida fisicamente.
Comparando rapazes e raparigas, observamos geralmente um amadurecimento mais rápido nas raparigas. Por outro lado, as raparigas parecem ter mais cuidado na escolha de um namorado adequado para poder ter a sua primeira relação sexual (resultado da sua educação e expectativas sociais), enquanto os rapazes procuram encontros sexuais com mais ansiedade.
A perda da virgindade ainda é um marco importante para os jovens. A iniciação sexual, pode ser vivida com orgulho ou com culpa excessiva, de acordo com a educação e tradições da família. É a redescoberta do corpo, das capacidades e reações frente a sensações antes desconhecidas, procurando mais tarde o envolvimento afetivo complementar e passando a conviver não apenas em grupos, mas também aos pares.
A masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância e, na adolescência, intensifica-se com a redescoberta de sensações, tanto individualmente, com um parceiro ou em grupo. Os jovens podem também apresentar algum tipo de atividade homossexual nessa fase, como exposição dos genitais, masturbação recíproca e comparação dos seios e dos genitais em grupo (comparação do tamanho do pénis, por exemplo), o que é absolutamente normal e faz parte do processo de exploração.
Hoje em dia, os jovens têm fácil acesso a muita informação, tanto através da internet, como pelos vários outros meios de comunicação; o fácil e rápido contacto com informação sobre sexo, não significa que ainda assim que o compreendam. Falta-lhes experiência, responsabilidade e sentidos, daí a importância do diálogo com adultos sobre a temática, onde os jovens possam falar não só sobre as questões físicas e biológicas, contraceptivos, riscos e doenças... mas também das muitas questões emocionais que envolvem uma relação sexual, sentimentos, preocupações e receios.
Criamos a ilusão que hoje os jovens sabem muito, pelo contacto que têm com a informação nas escolas e meios de comunicação e desresponsabiliza-mo-nos do diálogo sério e empático com as reais necessidades dos nossos adolescentes, para que eles possam viver a sua sexualidade e as suas relações com grande qualidade e poderem tornar-se adultos bem resolvidos em termos emocionais.

Vera Lisa Barroso