10 mitos sobre sexo seguro e saúde sexual


Fica a saber a verdade sobre as tuas dúvidas mais íntimas.


A melhor forma de conseguir informação sobre a tua saúde sexual é perguntando ao teu médico, no entanto, e devido a diversas razões, é natural que acabes por pesquisar na internet as respostas a perguntas mais íntimas. Contudo, há que avaliar os resultados de pesquisa com alguma precaução, uma vez que, de acordo com um estudo da Universidade de Stanford, sobre a saúde reprodutiva dos adolescentes, os sites de saúde estão muitas vezes repletos de erros, omissões e com informação desatualizada, não sendo uma tarefa fácil encontrar a verdade sobre mitos comuns.
A Dra. Sophia Yen, investigadora principal do estudo e especialista em medicina de adolescentes, esclareceu alguns mitos.
MITO: Poder apanhar DST ao sentar-se numa sanita
As infeções ou doenças sexualmente transmitidas não vivem muito tempo fora do organismo – especialmente numa superfície dura e fria como um assento sanitário. Para além disso, não se encontram presentes na urina e, por isso, a probabilidade de apanhar algo de quem quer que tenha estado anteriormente na casa de banho são poucas ou nenhumas. A preocupação deve estar no contacto pele-com-pele ou boca-com-boca, aparentemente inofensivo. O ato de beijar pode espalhar herpes e a fricção da pele pode causar a transferência de infeções, como verrugas genitais, herpes ou sarna.
MITO: Na primeira vez que se tem relações sexuais não existe perigo de se engravidar
A probabilidade de arriscar é tanta na primeira vez como em qualquer outra. A Dra. Sophia refere ainda que “na verdade, algumas estatísticas dizem que 20% das pessoas engravida no primeiro mês de relações sexuais”.
MITO: Não é possível engravidar durante o período menstrual
Não é provável, mas é possível, especialmente se não usar preservativo ou tomar a pílula. Algumas mulheres têm longos períodos de menstruação, que acabam por coincidir com o período de ovulação, o que significa que podem estar férteis apesar de menstruadas.
Imaginemos que o teu ciclo é curto (21 dias, por exemplo) e que a sua menstruação dura uma semana. Se tiveres relações sexuais perto do final da sua menstruação podes engravidar, uma vez que o esperma se pode manter vivo no aparelho reprodutor até 72 horas.
MITO: As mulheres necessitam de fazer o exame do Papanicolau quando atingem os 18 anos
Em 2003, a Universidade Americana de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) alterou as suas recomendações quanto ao exame Papanicolau. Anteriormente, era recomendado que uma mulher o fizesse assim que iniciasse a sua vida sexual ou aos 18 anos de idade, conforme o que acontecesse primeiro. Hoje em dia, não é recomendado até que a mulher já esteja sexualmente ativa há cerca de três anos ou aos 21 anos de idade, pois um exame Papanicolau precoce, apesar de inofensivo, poderá causar ansiedade nas jovens, levando a que estas evitem o seu ginecologista ou deixem de questionar sobre contraceção. É importante que as jovens discutam estes assuntos com os seus médicos sem serem forçadas a realizar este tipo de testes minuciosos desnecessários.
A razão para a alteração efetuada é simples: a maioria dos casos de vírus do papiloma humano desaparece naturalmente dentro de três anos e apenas os casos que persistem (e podem, mais tarde, ser diagnosticados através do exame Papanicolau) são de verdadeira preocupação, pois podem levar ao cancro do colo do útero.
MITO: A “pílula do dia seguinte” causa aborto
O Plano B, também conhecido como “pílula do dia seguinte”, não é o mesmo que a pílula RU-486, que causa o aborto. Na verdade, se tomares a pílula do dia seguinte quando já estás grávida (ou seja, quando um ovo fertilizado já se encontra na parede do seu útero), não fará qualquer diferença. Alguns estudos passados revelam que mais de 30% das adolescentes com vida sexual ativa afirmaram acreditar que os contracetivos de emergência causavam o aborto. No estudo da Dra. Sophia Yen, 10 dos 34 websites analisados não mencionavam a diferença entre estas duas pílulas. Sophia explica que “ninguém gosta da palavra aborto, por isso, acredito que muitos sites não vão explicar que o Plano B não se trata uma pílula abortiva”.
MITO: A pílula faz engordar
Esta é uma crença presente nas mulheres de todas as idades, mas a verdade é que não existe qualquer prova clínica de correlação entre os contracetivos orais e o aumento de peso. Um tipo de contracetivo que realmente pode causar aumento de peso é a injeção de medroxiprogesterona.
MITO: O dispositivo DIU não é seguro para uso nas adolescentes
O dispositivo intrauterino (DIU) é um pequeno objeto que é inserido no útero e previne a gravidez durante um período até cerca de 12 anos.
Alguma informação desatualizada sugere que os DIUs podem aumentar o risco de doença inflamatória pélvica (DIP) em mulheres com idade inferior a 18 anos, mas, em 2007, o ACOG veio revelar que este é um método de contraceção eficaz e seguro, tanto em mulheres adultas como em adolescentes.
MITO: A vacina contra o HPV impede o cancro do colo do útero
A Gardasil e a Cervarix são vacinas que bloqueiam os dois tipos de virús do papiloma humano mais comuns. A Gardasil protege ainda contra dois tipos que causam a maioria das verrugas genitais. Contudo, cerca de 30% do cancros do colo do útero não é prevenido com estas vacinas, daí que seja importante que as mulheres continuem a fazer regularmente o exame Papanicolau, quer tenham sido vacinadas ou não.
MITO: A lavagem vaginal é uma forma saudável de manter a vagina limpa
De acordo com o The National Women’s Health Information Center, a lavagem íntima faz mais mal que bem. As bactérias naturais da vagina ajudam a que esta se mantenha saudável e natural e as lavagens podem afetar o seu equilíbrio e originar e espalhar infeções pelas trompas de Falópio, útero e ovários. As lavagens vaginais também não protegem de DST ou gravidez. Na verdade, até facilitam a gravidez, uma vez que empurram o sémen para cima para o útero.
Lavar regularmente com água morna e sabonetes suaves sem perfume ajudará a manter a parte exterior da vagina limpa. Evita tampões, pensos, pós ou sprays perfumados, pois podem aumentar a probabilidade de infeções vaginais.

Fontes:
  • Health Magazine – “Top 10 Myths About Safe Sex and Sexual Health”