Sexo na adolescência... Tema difícil?

A Adolescência é o momento da vida em que ocorrem transformações físicas e emocionais importantes, preparando a criança para assumir um novo papel perante a família e a sociedade. A criança desenvolve-se, amadurece e fica apta para usufruir a sua sexualidade, assumir a sua identidade sexual e namorar.
As modificações corporais (Puberdade) materializam-se com a menstruação nas meninas, as ejaculações espontâneas nos meninos, o crescimento de pêlos no corpo, a mudança de voz, o aumento do tamanho do pénis e dos seios, entre outros.
Para além das transformações físicas, temos as transformações emocionais e sociais que, dependendo da cultura de cada sociedade e os processsos de educação e proteccionismo da família podem surgir mais cedo ou mais tarde, independentemente da criança estar já bem desenvolvida fisicamente.
Comparando rapazes e raparigas, observamos geralmente um amadurecimento mais rápido nas raparigas. Por outro lado, as raparigas parecem ter mais cuidado na escolha de um namorado adequado para poder ter a sua primeira relação sexual (resultado da sua educação e expectativas sociais), enquanto os rapazes procuram encontros sexuais com mais ansiedade.
A perda da virgindade ainda é um marco importante para os jovens. A iniciação sexual, pode ser vivida com orgulho ou com culpa excessiva, de acordo com a educação e tradições da família. É a redescoberta do corpo, das capacidades e reações frente a sensações antes desconhecidas, procurando mais tarde o envolvimento afetivo complementar e passando a conviver não apenas em grupos, mas também aos pares.
A masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância e, na adolescência, intensifica-se com a redescoberta de sensações, tanto individualmente, com um parceiro ou em grupo. Os jovens podem também apresentar algum tipo de atividade homossexual nessa fase, como exposição dos genitais, masturbação recíproca e comparação dos seios e dos genitais em grupo (comparação do tamanho do pénis, por exemplo), o que é absolutamente normal e faz parte do processo de exploração.
Hoje em dia, os jovens têm fácil acesso a muita informação, tanto através da internet, como pelos vários outros meios de comunicação; o fácil e rápido contacto com informação sobre sexo, não significa que ainda assim que o compreendam. Falta-lhes experiência, responsabilidade e sentidos, daí a importância do diálogo com adultos sobre a temática, onde os jovens possam falar não só sobre as questões físicas e biológicas, contraceptivos, riscos e doenças... mas também das muitas questões emocionais que envolvem uma relação sexual, sentimentos, preocupações e receios.
Criamos a ilusão que hoje os jovens sabem muito, pelo contacto que têm com a informação nas escolas e meios de comunicação e desresponsabiliza-mo-nos do diálogo sério e empático com as reais necessidades dos nossos adolescentes, para que eles possam viver a sua sexualidade e as suas relações com grande qualidade e poderem tornar-se adultos bem resolvidos em termos emocionais.

Vera Lisa Barroso