Falar de sexo e sexualidade de forma segura - Mitos que só complicam!
Viver tem riscos e a
força da vida que é a Sexualidade também os tem.
Viver
(aprender a viver) a Sexualidade da forma que for mais gratificante e
enriquecedora para cada um(a) é um direito de cada jovem.
A boa
informação, isenta e verdadeira, e a reflexão sobre os sentimentos, as atitudes
e os valores de uns e de outros é essencial para a comunicação entre os
parceiros e para compreender as emoções, às vezes contraditórias, que surgem
dentro de ti.
O
Projeto Adoles(Ser) quis contribuir para que seja mais fácil para
os jovens encontrarem espaços e interlocutores para falar de sexo e de sexualidade. Ao
longo de cerca de dois anos, a equipa partilhou conhecimentos, experienciou
sentimentos e atitudes diversas, no respeito pelo Outro, diferente. Pelo
caminho, foi tecendo cumplicidades e, mais importante, ajudando a construir
outras. O Guia de Boas Práticas Adoles (Ser) - Sexualidade e Afectos, disponível na íntegra aqui http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Esaude/guia_adoles_ser.pdf, surge
na sequência deste projeto realizado na Maternidade Dr.Alfredo da Costa (MAC) e
da necessidade de partilhar e transmitir informações que pretendam consolidar
conhecimentos e competências. Deste modo, selecionamos um conjunto de respostas que desconstroem mitos e que só complicam a informação que chega até ti.
Só queremos contribuir para que tenhas uma vivência da sexualidade mais segura e feliz.
Amores difíceis na adolescência [][][]
As várias situações
mencionadas podem-te provocar comportamentos sexuais de risco, isolamento,
disfunções do comportamento alimentar, reações psicossomáticas, ansiedade,
depressão, ideação suicida e insucesso escolar. Não tenhas medo... pede ajuda. Os teus pais ou familiares próximos vão perceber os teus sinais de tristeza profunda, a desmotivação para as
atividades normais, o isolamento e afastamento do grupo de amizades.
Sendo este um ciclo difícil de interromper, deve no entanto ser parado pelo apoio de familiares e amigos e muitas vezes, por uma orientação específica e profissional, dado o seu grau de desenvolvimento. ACEITA A AJUDA!
O desgosto amoroso
pode ser bastante sofrido na adolescência. Tal como existem sentimentos de
excessiva euforia, também os picos de tristeza e depressão estão presentes nos
relacionamentos amorosos da adolescência. O apoio dos teus pais é fundamental, eles vão ajudar-te a aproximar-te de um estado mais racional, e ao
mesmo tempo, ajudar-te a lidar com os sentimentos presentes que muitas vezes
são sentidos pela primeira vez. Ajudar a identificar estes sentimentos é já um
primeiro passo para aprender a lidar com eles, seguindo-se um luto, que pode
levar algum tempo a ser ultrapassado, mas que se torna mais saudável quando
existe diálogo e compreensão por parte dos teus pais ou cuidadores.
Apela aos teus pais o respeito que devem ter pelos teus sentimentos. Fá-los perceber que incentivar,
proibir ou desprezar em nada contribui para o teu desenvolvimento emocional. Não te isoles, procura o diálogo e partilha o que sentes, irás tornar a vossa relação mais aberta e firme e terás espaços de conversação quando assim o necessitas. Ninguém nasce preparado para os altos e baixos das relações
amorosas, e será importante aprender a lidar com os dois pólos (euforia e
angústia), para uma melhor preparação para o amor futuro.
Por vezes os pais sentem a necessidade de pôr fim à relação
amorosa dos filhos. Os “travões” são sempre perigosos pois podem suscitar
reações opostas às desejáveis. No entanto há situações em que os riscos são
muitos e as evidências de desequilíbrio também, podendo suscitar maior
preocupação por parte dos pais. Pela experiência e visão geral da situação os pais podem detetar perigos difíceis de perceber pelos filhos. Nestes casos o “travão” deve incluir sempre
diálogo, respeito e compreensão e tu deverás aceitar, por mais difícil que seja, esta visão e pensar e pensar sobre o assunto. Certamente que conseguirás ver na outra pessoa características que até então não vias, características essas que podem condicionar a tua vida (exemplo: envolvimento com drogas, comportamentos agressivos, roubos etc.).
Todas os temas
suscetíveis de te criar desequilíbrios emocionais e riscos à integridade física e
psicológica são importantes e devem ser vistos como tal por todos os que lidam
contigo. Nunca tenhas medo de mostrar o que sentes às pessoas que te são mais próximas, pois aí estarás a resolver alguns problemas familiares (pela preocupação que têm contigo!) e a contribuir para que te sintas melhor, muito melhor e mais confiante em ti e nas tuas potencialidades.
A primeira vez [] [] []
A primeira
vez de quê? Existem muitas "primeira vez" na experiência amorosa! A primeira paixão, o primeiro beijo, a
primeira carícia, a primeira vez que estão despidos à frente de alguém! A primeira relação sexual! São muitas
as expetativas ligadas à primeira vez em que vamos estar numa situação de mais
intimidade com outra pessoa.
Queremos que
tudo corra na perfeição, que seja o momento perfeito. Crescem inquietações,
ansiedades: será que ele(a) vai gostar de mim? É importante falar sobre o que
gostam, o que não gostam, sobre os vossos desejos e ansiedades.
Este é um
caminho que deve ser vivido a dois. Uma aproximação gradual baseada na partilha
de carícias e das sensações daí resultantes, é eficaz para aliviar possíveis
tensões e/ou ansiedades. Experimentar, partilhar desejos e emoções aumenta o
sentimento de segurança e descontração, tão importantes para que a
intimidade vá crescendo de forma tranquila e alegre.
A virgindade
Associado à
primeira vez, surge o conceito de virgindade, que pode ter várias
interpretações. Se, para uns, ser virgem significa nunca ter tido um contacto
sexual, para outros, significa nunca ter tido uma relação com penetração;
outros ainda, atribuem o rompimento do hímen à perda da virgindade. Não existe
portanto uma definição consensual do que é a virgindade.
O significado mais comum atribuído ao conceito de virgindade tem a ver com a prática sexual, em que existe a penetração do pénis na vagina havendo o rompimento do hímen. O hímen é uma membrana de pele muito fina que existe um pouco depois da entrada da vagina. As suas características diferem de mulher para mulher em função do seu grau de elasticidade.
Alguns hímenes rompem logo nas primeiras relações sexuais e provocam um sangramento, enquanto outros, por serem mais flexíveis, alargam e não sangram. Mas também se pode dar o caso de uma mulher não ter hímen, ter nascido sem ele! Noutras situações, há complicações (muito raras) em que o hímen não tem orifício. Nestes casos, o médico realiza uma intervenção cirúrgica para que o hímen fique com uma pequena abertura para a menstruação sair e/ou romper posteriormente.
A verdade sobre alguns mitos...
·
O tampão não
tira a virgindade;
·
Quem se
masturba não deixa de ser virgem, mesmo que a masturbação seja a dois;
·
Se a
rapariga/mulher não sangrar na primeira relação sexual não significa que ela
não é virgem.
Relativamente
à virgindade ouvem-se ainda muitas histórias, muitas ideias feitas…
• Será
que o corpo muda quando se perde a virgindade?
• A primeira relação sexual dói?
• A primeira relação sexual dói?
Basicamente,
o corpo não se altera quando a pessoa inicia a vida sexual. Talvez te sintas
diferente, mas fisicamente o teu aspeto é o mesmo. O que por vezes sucede, é
que ao sentires-te diferente, comportas-te de modo diferente, podes sentir-te
mais bonita(o), mais desejada(o), confiante e amada(o). É só!
Por outro
lado, a primeira relação sexual não implica necessariamente dor. Os mitos
acerca do rompimento do hímen, da penetração, são passados de boca em boca, de
geração em geração. É claro que a precipitação, a falta de confiança, o não te
sentires preparada(o), o medo, a ansiedade podem fazer com que os músculos da
vagina fiquem mais contraídos e que não lubrifiques tanto.
Nestas
circunstâncias, a relação sexual pode ser um pouco desconfortável. Quando um
casal se sente preparado para ter uma relação sexual, quando sentem que chegou
o momento, quando dispõem de tempo, basta deixar crescer o desejo, relaxar e
desfrutar da intimidade a dois. As carícias, os gestos ternos, as palavras
ditas com carinho, afeto e cuidado podem ajudar a
descontrair.
Iniciar a
vida sexual é uma escolha. Uma escolha individual. E essa decisão deve ser
pensada e tomada com maturidade sejam rapazes ou raparigas. Fazer amor é
partilhar emoções, sensações, é confiar, é amar, é desejar, é prazer, é ser
responsável, é brincar...
Tu é que
decides qual é a idade certa. Porém, se as dúvidas e as questões “dançam” na
tua cabeça, é melhor parares para pensar. Não existe uma idade, uma hora ou um
espaço indicado ou aconselhado. Para ti a idade certa pode ser uma, para a(o)
tua/teu amiga(o) outra.
Tudo depende
dos teus sentimentos, do teu desejo, da tua segurança, do teu sentido de
responsabilidade, da tua maturidade física e afetiva. As ideias ou os tempos
das outras pessoas não te obrigam a
nada.
Existem, no
entanto, alguns aspetos que podem ajudar na tua decisão:
• Falarem um com o outro sobre os vossos sentimentos e desejos para saber se a relação sexual é um desejo de ambos;
• Terem por perto algum suporte ao nível da Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) (ex: Gabinete de Atendimento à Sexualidade Juvenil, Centro de Saúde) e familiar (ex: um(a) primo(a) mais velho(a), um(a) amigo(a) da família com quem possas contar);
• Informarem-se sobre os vários métodos contracetivos e prevenção de DST (Doenças sexualmente transmissíveis);
• Decidirem, em conjunto, quais os métodos contracetivos que querem utilizar.
RELAÇÕES SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS
A Associação Portuguesa de apoio à vítima (APAV) LEMBRA QUE EXISTEM RELAÇÕES
SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS
Ter um/a namorado/a pode ser um acontecimento
verdadeiramente excitante, mas também um pouco assustador. Poderão surgir
algumas dúvidas e preocupações:
- Será
que ele/ela gosta mesmo de mim?
- Será
que vamos ficar juntos para sempre?
- Será
que devo confiar nele/a?
- E se
ele/a quiser ter relações sexuais? Devo ceder? Até quando devo esperar?
- E se eu
deixar de gostar dele/a? Como lhe digo isto?
- Como
resolver conflitos e discussões?
- E se eu
quiser terminar a relação?
Ter este tipo de dúvidas é natural. É importante
refletir bem sobre essas questões e discuti-las com o/a teu/tua namorado/a.
Podes também falar com alguém mais velho e com mais experiência.
Também é importante sermos capazes de avaliar a “saúde” da nossa relação. Só assim se conseguem identificar e resolver os problemas que possam existir.
Também é importante sermos capazes de avaliar a “saúde” da nossa relação. Só assim se conseguem identificar e resolver os problemas que possam existir.
NUMA RELAÇÃO SAUDÁVEL…


O
que se vê?
- Risos.
- Demonstrações de afeto e carinho.
- O casal a divertir-se.
- O casal a apoiar-se mutuamente.
- O casal a tratar-se com respeito.
- O casal a fazer coisas em conjunto e também em separado.
- O casal
a conviver com os seus amigos.
O que se ouve?
- Risos.
- Comentários positivos e de suporte.
- Encorajamentos.
- Elogios.
O que se sente?
- Alegria.
- Confiança.
- Respeito.
- Independência.
- Carinho.
- Apoio.
- Compreensão.
- Satisfação e realização
Nas relações saudáveis existe:


- RESPEITO pelas opiniões de cada um.
- CONFIANÇA, mesmo que haja opiniões, comportamentos ou gostos
diferentes.
- APOIO e entreajuda.
- SEGURANÇA e partilha de momentos livres de violência.
- HONESTIDADE e convivência sem julgamentos, manipulações ou
insinuações.
- RESPONSABILIDADE e consciência pelos próprios comportamentos e
atitudes.
- LIBERDADE pessoal, sem invasões ao espaço do outro e SEM VIOLÊNCIA.
- CONFLITOS E DESENTENDIMENTOS, que se resolvem através da NEGOCIAÇÃO e
da procura conjunta de soluções, recusando sempre a violência.
- Algum CIÚME, sem nunca o utilizar como desculpa para agredir, magoar,
assustar ou humilhar a outra pessoa.
NUMA RELAÇÃO NÃO SAUDÁVEL…

O que se vê?

O que se vê?
- Um ou os dois elementos do casal assustados, com receio de fazerem
algo que o outro não goste.
- Discussões.
- Reações ciumentas e despropositadas.
- Violência.
- Um ou os dois elementos do casal a controlar o que o outro faz, onde
vai e com quem vai.
- Um ou os dois elementos do casal afastados dos amigos.
- Os elementos do casal demasiado dependentes um do outro.
- O casal a tratar-se sem respeito, nem afeto.
O que se ouve?
·
Discussões.
·
Choro.
·
Insultos.
·
Queixas.
O que se sente?
·
Vazio.
·
Receio.
·
Tristeza.
·
Desânimo
·
Desespero.
·
Raiva.
·
Culpa.
·
Controlo.
·
Solidão.
·
Mágoa.
·
Insatisfação.
Nas relações não saudáveis existe:

- PODER, CONTROLO e INTIMIDAÇÃO, através de ações verbais ou físicas que
causam medo.
- ISOLAMENTO e controlo dos passos, atividades e amizades da outra
pessoa.
- NEGAÇÃO do impacto negativo que os comportamentos agressivos,
intimidatórios ou violentos têm na outra pessoa.
- AMEAÇAS e PRESSÕES.
- VIOLÊNCIA física, verbal, emocional, psicológica, sexual e/ou financeira.
A
violência é um obstáculo para o desenvolvimento de relações positivas e
saudáveis.
Se achas que a violência está presente na tua relação de namoro, não cruzes os braços… |
Respeita a vontade dos outros. A Violência Sexual é CRIME.
O que é a Violência Sexual?
é qualquer ato sexual indesejado, ou tentativa de ato sexual, avanço ou comentário sexual não desejado, assim como quaisquer outros contactos e interações de natureza sexual efetuados por uma pessoa sobre outra, contra a sua vontade.
Pode, por isso, acontecer em diferentes relações, tais como:
Também pode acontecer em diferentes contextos, por exemplo:

O(s)/A(s) agressor(es) pode(m) usar diferentes estratégias para concretizar a violência sexual:

A VIOLÊNCIA SEXUAL NÃO SE RESUME À PENETRAÇÃO FORÇADA. Há muitos outros atos de natureza sexual que podem ser formas de violência:

O não consentimento ou a não autorização da vítima para o envolvimento em atos sexuais é uma das características da violência sexual.
Mas, quando a vítima é uma criança ou jovem com menos de 14 anos, não interessa se ela mostrou ou não vontade de se envolver sexualmente com outra pessoa.
A Lei parte do princípio que a prática de atos sexuais por parte de crianças e jovens com menos de 14 anos é sempre prejudicial ao seu saudável desenvolvimento, pelo que considera o seu eventual consentimento como irrelevante. Isto é, mesmo que a criança ou jovem tenha praticado o ato sexual de livre vontade, a pessoa que com ele/a praticou o ato está a cometer um crime.
Em alguns casos, também os atos sexuais praticados com crianças ou jovens entre os 14 e os 17 anos aparentemente consentidos podem constituir crime, por exemplo, quando são levados a cabo por alguém que tenha algum tipo de autoridade sobre a criança, ou quando a pessoa abusa da inexperiência desta para a levar a praticar o ato.
Sabe mais em: http://www.apavparajovens.pt/pt
![]() | A violência sexual pode ser cometida por diferentes pessoas, por exemplo:
|
Pode, por isso, acontecer em diferentes relações, tais como:
- nas relações mais íntimas;
- nas relações familiares;
- nas relações de namoro;
- nas relações de amizade;
- nas relações ocasionais (“ numa curte” ou relacionamento de uma noite);
- nas relações formais (com colegas de trabalho, por exemplo).
Também pode acontecer em diferentes contextos, por exemplo:
- em casa;
- na escola;
- na rua;
- na internet.

O(s)/A(s) agressor(es) pode(m) usar diferentes estratégias para concretizar a violência sexual:
- força física ou violência;
- ameaçar e/ou chantagear, humilhar ou intimidar (ex.: ameaçar que faz mal a alguém próximo da vítima; ameaçar que se revela um segredo da vítima se esta não se envolver sexualmente com o/a autor/a da ameaça);
- aproveitar a relação de confiança que tem com a vítima para a agredir sexualmente (pode, por exemplo, acontecer nas situações de violência sexual em que a vítima e o/a agressor/a são próximos);
- aproveitar o seu maior poder ou autoridade para pressionar ou forçar a vítima (ex.: quando um/a chefe ou superior hierárquico usa o seu estatuto para forçar os seus funcionários à prática de atos sexuais);
- colocar previamente a vítima num estado em que não é capaz de resistir ao que está a acontecer (ex.: quando a violência sexual é cometida depois de a vítima ser intoxicada com álcool ou drogas).

A VIOLÊNCIA SEXUAL NÃO SE RESUME À PENETRAÇÃO FORÇADA. Há muitos outros atos de natureza sexual que podem ser formas de violência:
- toques íntimos não desejados, como beijar, acariciar ou apalpar;
- comentários ou piadas de carácter sexual que causam desconforto ou receio;
- carícias indesejadas nos órgãos sexuais;
- ser forçado/a a tocar nos órgãos sexuais de outra pessoa;
- ser penetrado/a por via oral, vaginal ou anal por pénis, por outras partes do corpo (ex.: dedos) ou objetos;
- ser obrigado/a a penetrar outra pessoa ou a praticar com ela sexo oral;
- ser obrigado/a a assistir ou a participar em filmes, fotografias ou espetáculos pornográficos;
- ser forçado/a a envolver-se na prostituição.

O não consentimento ou a não autorização da vítima para o envolvimento em atos sexuais é uma das características da violência sexual.
Mas, quando a vítima é uma criança ou jovem com menos de 14 anos, não interessa se ela mostrou ou não vontade de se envolver sexualmente com outra pessoa.
A Lei parte do princípio que a prática de atos sexuais por parte de crianças e jovens com menos de 14 anos é sempre prejudicial ao seu saudável desenvolvimento, pelo que considera o seu eventual consentimento como irrelevante. Isto é, mesmo que a criança ou jovem tenha praticado o ato sexual de livre vontade, a pessoa que com ele/a praticou o ato está a cometer um crime.
Em alguns casos, também os atos sexuais praticados com crianças ou jovens entre os 14 e os 17 anos aparentemente consentidos podem constituir crime, por exemplo, quando são levados a cabo por alguém que tenha algum tipo de autoridade sobre a criança, ou quando a pessoa abusa da inexperiência desta para a levar a praticar o ato.
Sabe mais em: http://www.apavparajovens.pt/pt
Contraceção de emergência ou pílula do dia seguinte. Como e quando dever ser utilizada?
Depois da relação sexual sem proteção ou se houver
falha do método habitual (por exemplo, rutura do preservativo ou esquecimento
da pílula).Mesmo as mulheres que têm contra-indicações para o uso habitual da
pílula podem fazer a contraceção de emergência com segurança, porque a dose é
única e de curta duração.
Quando é que a contraceção de emergência deve ser
tomada?
Dentro das 72 horas e, no máximo, até ao 5.º dia.
A contraceção de emergência é eficaz?
A eficácia é tanto maior quanto mais cedo for usada a
contraceção de emergência. O risco de gravidez é 4 a 8 vezes superior quando
não se utiliza a contraceção de emergência.
A contraceção de emergência tem efeitos secundários?
A contraceção de emergência é, geralmente, bem
tolerada. No entanto, podem surgir algumas queixas, após a toma da contraceção
de emergência, como:
- Náuseas
e vómitos (25% das mulheres podem sentir náuseas e dessas apenas metade
poderá ter vómitos);
- Tensão
mamária;
- Cefaleias;
- Tonturas;
- Fadiga;
- Diarreia;
- Pequenas
perdas de sangue.
Estes sintomas, que não estão associados,
habitualmente, a qualquer problema, tenderão a desaparecer. Se estiver
preocupada com algum destes efeitos, consulte um profissional de saúde.
A contraceção de emergência tem implicações na saúde
da mulher?
A contraceção de emergência é segura para a saúde da
mulher. A pílula do dia seguinte, como também é conhecida, não está associada a
infertilidade, má formação fetal ou risco aumentado de gravidez fora do útero,
como por vezes se ouve dizer. Mesmo nas mulheres que necessitaram de tomar mais
do que uma pílula do dia seguinte, no mesmo ciclo menstrual, não foram
relatados efeitos adversos graves.
Como funciona a contraceção de emergência?
A contraceção de emergência atua pelos mesmos
mecanismos que a pílula de toma regular: atrasa ou impede a ovulação e previne
a fertilização ou a implantação. Se já estiver grávida, a contraceção de
emergência não interrompe a gravidez.
A contraceção de emergência é abortiva?
A contraceção de emergência não é abortiva, pois não é
efetiva se a mulher já estiver grávida. Diz-se que a mulher está grávida quando
o ovo se fixa no útero (nidação).
Onde posso obter a contraceção de emergência?
Está disponível gratuitamente nos centros de saúde
(horário normal de funcionamento e nos serviços de atendimento permanente), nos
serviços de urgência de ginecologia dos hospitais, nos centros de atendimento
para jovens e no Instituto Português da Juventude. Na farmácia pode ser
comprada sem receita médica.
Os jovens podem obter a contraceção de emergência, bem
como todos os outros métodos contracetivos, em qualquer serviço de saúde, não
sendo obrigatório recorrer ao centro de saúde da sua área de residência.
Como se toma? Deve ser tomada nos primeiros 5 dias após as relações
desprotegidas, sabendo‐se que, quanto mais cedo for tomada, maior a sua eficácia. Cada embalagem
contém apenas um comprimido, que deve ser tomado com alimentos, para diminuir a
ocorrência de náuseas.
O retorno à fertilidade é imediato após a contraceção
de emergência?
Sim, o retorno à fertilidade é imediato. Por isso, é
muito importante usar outro método (como o preservativo) até aparecer a
menstruação. Ou seja, é possível engravidar logo depois de fazer a contraceção
de emergência.
O que é mais eficaz: a contraceção de emergência ou a
pílula de toma diária?
A pílula de toma diária é muito mais eficaz que a
contraceção de emergência. A pílula de toma diária tem uma eficácia de 99% se
for tomada de uma forma correta, regular e continuada.
Como é que sei se a contraceção de emergência foi
eficaz?
Se tiver o seu período menstrual. A menstruação poderá
antecipar-se ou atrasar-se mais ou menos uma semana face à data prevista.
E se o período não surgir?
Caso o período não surja ou se o fluxo menstrual for
invulgar, deverá consultar um profissional de saúde para realizar um teste de
gravidez.
E se a contraceção de emergência falhar e ficar
grávida? A contraceção de emergência pode fazer mal ao feto?
Não, não faz mal ao feto. Após um teste de gravidez
positivo, a mulher deve, o mais cedo possível, iniciar a vigilância da
gravidez. As consultas de saúde materna e os exames necessários para uma correta
vigilância da gravidez são gratuitos nos centros de saúde.
Outras informações úteis…
- A
contraceção de emergência não protege das infeções de transmissão sexual.
- Usar a
contraceção de emergência de forma repetida não prejudica a saúde, ao
contrário do que muitas vezes se anuncia. Mas é, sem dúvida, um sinal de
que se deve procurar uma contraceção regular, mais eficaz e mais barata.
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