Falar de sexo e sexualidade de forma segura - Mitos que só complicam!


Viver tem riscos e a força da vida que é a Sexualidade também os tem.
Viver (aprender a viver) a Sexualidade da forma que for mais gratificante e enriquecedora para cada um(a) é um direito de cada jovem.

A boa informação, isenta e verdadeira, e a reflexão sobre os sentimentos, as atitudes e os valores de uns e de outros é essencial para a comunicação entre os parceiros e para compreender as emoções, às vezes contraditórias, que surgem dentro de ti.

O Projeto Adoles(Ser) quis contribuir para que seja mais fácil para os jovens encontrarem espaços e interlocutores para falar de sexo e de sexualidadeAo longo de cerca de dois anos, a equipa partilhou conhecimentos, experienciou sentimentos e atitudes diversas, no respeito pelo Outro, diferente. Pelo caminho, foi tecendo cumplicidades e, mais importante, ajudando a construir outras. O Guia de Boas Práticas Adoles (Ser) - Sexualidade e Afectos, disponível na íntegra aqui http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Esaude/guia_adoles_ser.pdfsurge na sequência deste projeto realizado na Maternidade Dr.Alfredo da Costa (MAC) e da necessidade de partilhar e transmitir informações que pretendam consolidar conhecimentos e competências. Deste modo, selecionamos um conjunto de respostas que desconstroem mitos e que só complicam a informação que chega até ti. 

Só queremos contribuir para que tenhas uma vivência da sexualidade mais segura e feliz. 












Amores difíceis na adolescência [][][]


Nem sempre as relações correm bem e o que parecia ser um mar de rosas pode transformar-se em algo que te provoca desequilíbrios emocionais, abusos de poder, dor física e dor psicológica. Situações de excessiva dependência também não são saudáveis deixando a individualidade de cada um, num isolamento que em nada promove o teu desenvolvimento social e emocional. 
As várias situações mencionadas podem-te provocar comportamentos sexuais de risco, isolamento, disfunções do comportamento alimentar, reações psicossomáticas, ansiedade, depressão, ideação suicida e insucesso escolar. Não tenhas medo... pede ajuda. Os teus pais ou familiares próximos vão perceber os teus sinais de tristeza profunda,  a desmotivação para as atividades normais, o isolamento e afastamento do grupo de amizades. Sendo este um ciclo difícil de interromper, deve no entanto ser parado pelo apoio de familiares e amigos e muitas vezes, por uma orientação específica e profissional, dado o seu grau de desenvolvimento. ACEITA A AJUDA!  
O desgosto amoroso pode ser bastante sofrido na adolescência. Tal como existem sentimentos de excessiva euforia, também os picos de tristeza e depressão estão presentes nos relacionamentos amorosos da adolescência. O apoio dos teus pais é fundamental, eles vão ajudar-te a aproximar-te de um estado mais racional, e ao mesmo tempo, ajudar-te a lidar com os sentimentos presentes que muitas vezes são sentidos pela primeira vez. Ajudar a identificar estes sentimentos é já um primeiro passo para aprender a lidar com eles, seguindo-se um luto, que pode levar algum tempo a ser ultrapassado, mas que se torna mais saudável quando existe diálogo e compreensão por parte dos teus pais ou cuidadores.
Apela aos teus pais o respeito que devem ter pelos teus sentimentos. Fá-los perceber que incentivar, proibir ou desprezar em nada contribui para o teu desenvolvimento emocional. Não te isoles, procura o diálogo e partilha o que sentes, irás tornar a vossa relação mais aberta e firme e terás espaços de conversação quando assim o necessitas. Ninguém nasce preparado para os altos e baixos das relações amorosas, e será importante aprender a lidar com os dois pólos (euforia e angústia), para uma melhor preparação para o amor futuro.
Por vezes os pais sentem a necessidade de pôr fim à relação amorosa dos filhos. Os “travões” são sempre perigosos pois podem suscitar reações opostas às desejáveis. No entanto há situações em que os riscos são muitos e as evidências de desequilíbrio também, podendo suscitar maior preocupação por parte dos pais. Pela experiência e visão geral da situação os pais podem detetar perigos difíceis de perceber pelos filhos. Nestes casos o “travão” deve incluir sempre diálogo, respeito e compreensão e tu deverás aceitar, por mais difícil que seja, esta visão e pensar e pensar sobre o assunto. Certamente que conseguirás ver na outra pessoa características que até então não vias, características essas que podem condicionar a tua vida (exemplo: envolvimento com drogas, comportamentos agressivos, roubos etc.).   
Todas os temas suscetíveis de te criar desequilíbrios emocionais e riscos à integridade física e psicológica são importantes e devem ser vistos como tal por todos os que lidam contigo. Nunca tenhas medo de mostrar o que sentes às pessoas que te são mais próximas, pois aí estarás a resolver alguns problemas familiares (pela preocupação que têm contigo!) e a contribuir para que te sintas melhor, muito melhor e mais confiante em ti e nas tuas potencialidades. 

A primeira vez [] [] []




A primeira vez de quê? Existem muitas "primeira vez" na experiência amorosa! A primeira paixão, o primeiro beijo, a primeira carícia, a primeira vez que estão despidos à frente de alguém! A primeira relação sexual! São muitas as expetativas ligadas à primeira vez em que vamos estar numa situação de mais intimidade com outra pessoa.
Queremos que tudo corra na perfeição, que seja o momento perfeito. Crescem inquietações, ansiedades: será que ele(a) vai gostar de mim? É importante falar sobre o que gostam, o que não gostam, sobre os vossos desejos e ansiedades. 
Este é um caminho que deve ser vivido a dois. Uma aproximação gradual baseada na partilha de carícias e das sensações daí resultantes, é eficaz para aliviar possíveis tensões e/ou ansiedades. Experimentar, partilhar desejos e emoções aumenta o sentimento de segurança e descontração, tão importantes para que a intimidade vá crescendo de forma tranquila e alegre.

A virgindade
Associado à primeira vez, surge o conceito de virgindade, que pode ter várias interpretações. Se, para uns, ser virgem significa nunca ter tido um contacto sexual, para outros, significa nunca ter tido uma relação com penetração; outros ainda, atribuem o rompimento do hímen à perda da virgindade. Não existe portanto uma definição consensual do que é a virgindade.

O significado mais comum atribuído ao conceito de virgindade tem a ver com a prática sexual, em que existe a penetração do pénis na vagina havendo o rompimento do hímen. O hímen é uma membrana de pele muito fina que existe um pouco depois da entrada da vagina. As suas características diferem de mulher para mulher em função do seu grau de elasticidade.

Alguns hímenes rompem logo nas primeiras relações sexuais e provocam um sangramento, enquanto outros, por serem mais flexíveis, alargam e não sangram. Mas também se pode dar o caso de uma mulher não ter hímen, ter nascido sem ele! Noutras situações, há complicações (muito raras) em que o hímen não tem orifício. Nestes casos, o médico realiza uma intervenção cirúrgica para que o hímen fique com uma pequena abertura para a menstruação sair e/ou romper posteriormente.

A verdade sobre alguns mitos...
·         O tampão não tira a virgindade;
·         Quem se masturba não deixa de ser virgem, mesmo que a masturbação seja a dois;
·         Se a rapariga/mulher não sangrar na primeira relação sexual não significa que ela não é virgem.   
Relativamente à virgindade ouvem-se ainda muitas histórias, muitas ideias feitas…
• Será que o corpo muda quando se perde a virgindade?
• A primeira relação sexual dói?
Basicamente, o corpo não se altera quando a pessoa inicia a vida sexual. Talvez te sintas diferente, mas fisicamente o teu aspeto é o mesmo. O que por vezes sucede, é que ao sentires-te diferente, comportas-te de modo diferente, podes sentir-te mais bonita(o), mais desejada(o), confiante e amada(o). É só!  
Por outro lado, a primeira relação sexual não implica necessariamente dor. Os mitos acerca do rompimento do hímen, da penetração, são passados de boca em boca, de geração em geração. É claro que a precipitação, a falta de confiança, o não te sentires preparada(o), o medo, a ansiedade podem fazer com que os músculos da vagina fiquem mais contraídos e que não lubrifiques tanto.
Nestas circunstâncias, a relação sexual pode ser um pouco desconfortável. Quando um casal se sente preparado para ter uma relação sexual, quando sentem que chegou o momento, quando dispõem de tempo, basta deixar crescer o desejo, relaxar e desfrutar da intimidade a dois. As carícias, os gestos ternos, as palavras ditas com carinho, afeto e cuidado podem ajudar a descontrair.   
Iniciar a vida sexual é uma escolha. Uma escolha individual. E essa decisão deve ser pensada e tomada com maturidade sejam rapazes ou raparigas. Fazer amor é partilhar emoções, sensações, é confiar, é amar, é desejar, é prazer, é ser responsável, é brincar...

Tu é que decides qual é a idade certa. Porém, se as dúvidas e as questões “dançam” na tua cabeça, é melhor parares para pensar. Não existe uma idade, uma hora ou um espaço indicado ou aconselhado. Para ti a idade certa pode ser uma, para a(o) tua/teu amiga(o) outra.
Tudo depende dos teus sentimentos, do teu desejo, da tua segurança, do teu sentido de responsabilidade, da tua maturidade física e afetiva. As ideias ou os tempos das outras pessoas não te obrigam a nada.            
                                                           
Existem, no entanto, alguns aspetos que podem ajudar na tua decisão:

• Falarem um com o outro sobre os vossos sentimentos e desejos para saber se a relação sexual  é um desejo de ambos;

• Terem por perto algum suporte ao nível da Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) (ex: Gabinete de Atendimento à Sexualidade Juvenil, Centro de Saúde) e familiar (ex: um(a) primo(a) mais velho(a), um(a) amigo(a) da família com quem possas contar);

• Informarem-se sobre os vários métodos contracetivos e prevenção de DST (Doenças sexualmente transmissíveis); 

• Decidirem, em conjunto, quais os métodos contracetivos que querem utilizar.  


RELAÇÕES SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS

A Associação Portuguesa de apoio à vítima (APAV) LEMBRA QUE EXISTEM RELAÇÕES SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS

Ter um/a namorado/a pode ser um acontecimento verdadeiramente excitante, mas também um pouco assustador. Poderão surgir algumas dúvidas e preocupações:
  • Será que ele/ela gosta mesmo de mim?
  • Será que vamos ficar juntos para sempre?
  • Será que devo confiar nele/a?
  • E se ele/a quiser ter relações sexuais? Devo ceder? Até quando devo esperar?
  • E se eu deixar de gostar dele/a? Como lhe digo isto?
  • Como resolver conflitos e discussões?
  • E se eu quiser terminar a relação?
Ter este tipo de dúvidas é natural. É importante refletir bem sobre essas questões e discuti-las com o/a teu/tua namorado/a. Podes também falar com alguém mais velho e com mais experiência.

Também é importante sermos capazes de avaliar a “saúde” da nossa relação. Só assim se conseguem identificar e resolver os problemas que possam existir.
NUMA RELAÇÃO SAUDÁVEL…
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  O que se vê?
  • Risos.
  • Demonstrações de afeto e carinho.
  • O casal a divertir-se.
  • O casal a apoiar-se mutuamente.
  • O casal a tratar-se com respeito.
  • O casal a fazer coisas em conjunto e também em separado.
  • O casal a conviver com os seus amigos.
O que se ouve?
    • Risos.
    • Comentários positivos e de suporte.
    • Encorajamentos.
    • Elogios.
O que se sente?
      • Alegria.
      • Confiança.
      • Respeito.
      • Independência.
      • Carinho.
      • Apoio.
      • Compreensão.
      • Satisfação e realização
Nas relações saudáveis existe:
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  • RESPEITO pelas opiniões de cada um.
  • CONFIANÇA, mesmo que haja opiniões, comportamentos ou gostos diferentes.
  • APOIO e entreajuda.
  • SEGURANÇA e partilha de momentos livres de violência.
  • HONESTIDADE e convivência sem julgamentos, manipulações ou insinuações.
  • RESPONSABILIDADE e consciência pelos próprios comportamentos e atitudes.
  • LIBERDADE pessoal, sem invasões ao espaço do outro e SEM VIOLÊNCIA.
  • CONFLITOS E DESENTENDIMENTOS, que se resolvem através da NEGOCIAÇÃO e da procura conjunta de soluções, recusando sempre a violência.
  • Algum CIÚME, sem nunca o utilizar como desculpa para agredir, magoar, assustar ou humilhar a outra pessoa.
NUMA RELAÇÃO NÃO SAUDÁVEL…
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O que se vê?
  • Um ou os dois elementos do casal assustados, com receio de fazerem algo que o outro não goste.
  • Discussões.
  • Reações ciumentas e despropositadas.
  • Violência.
  • Um ou os dois elementos do casal a controlar o que o outro faz, onde vai e com quem vai.
  • Um ou os dois elementos do casal afastados dos amigos.
  • Os elementos do casal demasiado dependentes um do outro.
  • O casal a tratar-se sem respeito, nem afeto.
O que se ouve?
·         Discussões.
·         Choro.
·         Insultos.
·         Queixas.
O que se sente?
·         Vazio.
·         Receio.
·         Tristeza.
·         Desânimo
·         Desespero.
·         Raiva.
·         Culpa.
·         Controlo.
·         Solidão.
·         Mágoa.
·         Insatisfação.
Nas relações não saudáveis existe:Separador
  • PODER, CONTROLO e INTIMIDAÇÃO, através de ações verbais ou físicas que causam medo.
  • ISOLAMENTO e controlo dos passos, atividades e amizades da outra pessoa.
  • NEGAÇÃO do impacto negativo que os comportamentos agressivos, intimidatórios ou violentos têm na outra pessoa.
  • AMEAÇAS e PRESSÕES.
  • VIOLÊNCIA física, verbal, emocional, psicológica, sexual e/ou financeira.

A violência é um obstáculo para o desenvolvimento de relações positivas e saudáveis.
Se achas que a violência está presente na tua relação de namoro, não cruzes os braços…

Respeita a vontade dos outros. A Violência Sexual é CRIME.

O que é a Violência Sexual?

é qualquer ato sexual indesejado, ou tentativa de ato sexual, avanço ou comentário sexual não desejado, assim como quaisquer outros contactos e interações de natureza sexual efetuados por uma pessoa sobre outra, contra a sua vontade.

Violência Sexual
A violência sexual pode ser cometida por diferentes pessoas, por exemplo:
  • por estranhos;
  • por alguém que se conhece (ex.: colega; vizinho/a);
  • por alguém próximo (ex.: familiar; amigo/a; (ex)namorado/a);
  • por adultos contra crianças/jovens;
  • entre adultos;
  • entre jovens;
  • por homens ou mulheres;
  • por rapazes ou raparigas.

Pode, por isso, acontecer em diferentes relações, tais como:
  • nas relações mais íntimas;
  • nas relações familiares;
  • nas relações de namoro;
  • nas relações de amizade;
  • nas relações ocasionais (“ numa curte” ou relacionamento de uma noite);
  • nas relações formais (com colegas de trabalho, por exemplo).

Também pode acontecer em diferentes contextos, por exemplo:
  • em casa;
  • na escola;
  • na rua;
  • na internet.
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O(s)/A(s) agressor(es) pode(m) usar diferentes estratégias para concretizar a violência sexual:
  • força física ou violência;
  • ameaçar e/ou chantagear, humilhar ou intimidar (ex.: ameaçar que faz mal a alguém próximo da vítima; ameaçar que se revela um segredo da vítima se esta não se envolver sexualmente com o/a autor/a da ameaça);
  • aproveitar a relação de confiança que tem com a vítima para a agredir sexualmente (pode, por exemplo, acontecer nas situações de violência sexual em que a vítima e o/a agressor/a são próximos);
  • aproveitar o seu maior poder ou autoridade para pressionar ou forçar a vítima (ex.: quando um/a chefe ou superior hierárquico usa o seu estatuto para forçar os seus funcionários à prática de atos sexuais);
  • colocar previamente a vítima num estado em que não é capaz de resistir ao que está a acontecer (ex.: quando a violência sexual é cometida depois de a vítima ser intoxicada com álcool ou drogas).
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A VIOLÊNCIA SEXUAL NÃO SE RESUME À PENETRAÇÃO FORÇADA. Há muitos outros atos de natureza sexual que podem ser formas de violência:
  • toques íntimos não desejados, como beijar, acariciar ou apalpar;
  • comentários ou piadas de carácter sexual que causam desconforto ou receio;
  • carícias indesejadas nos órgãos sexuais;
  • ser forçado/a a tocar nos órgãos sexuais de outra pessoa;
  • ser penetrado/a por via oral, vaginal ou anal por pénis, por outras partes do corpo (ex.: dedos) ou objetos;
  • ser obrigado/a a penetrar outra pessoa ou a praticar com ela sexo oral;
  • ser obrigado/a a assistir ou a participar em filmes, fotografias ou espetáculos pornográficos;
  • ser forçado/a a envolver-se na prostituição.
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O não consentimento ou a não autorização da vítima para o envolvimento em atos sexuais é uma das características da violência sexual.
Mas, quando a vítima é uma criança ou jovem com menos de 14 anos, não interessa se ela mostrou ou não vontade de se envolver sexualmente com outra pessoa.


A Lei parte do princípio que a prática de atos sexuais por parte de crianças e jovens com menos de 14 anos é sempre prejudicial ao seu saudável desenvolvimento, pelo que considera o seu eventual consentimento como irrelevante. Isto é, mesmo que a criança ou jovem tenha praticado o ato sexual de livre vontade, a pessoa que com ele/a praticou o ato está a cometer um crime.
Em alguns casos, também os atos sexuais praticados com crianças ou jovens entre os 14 e os 17 anos aparentemente consentidos podem constituir crime, por exemplo, quando são levados a cabo por alguém que tenha algum tipo de autoridade sobre a criança, ou quando a pessoa abusa da inexperiência desta para a levar a praticar o ato.

Sabe mais em: http://www.apavparajovens.pt/pt

Contraceção de emergência ou pílula do dia seguinte. Como e quando dever ser utilizada?

Quando é que uma mulher precisa de tomar a contraceção de emergência?
Depois da relação sexual sem proteção ou se houver falha do método habitual (por exemplo, rutura do preservativo ou esquecimento da pílula).Mesmo as mulheres que têm contra-indicações para o uso habitual da pílula podem fazer a contraceção de emergência com segurança, porque a dose é única e de curta duração.

Quando é que a contraceção de emergência deve ser tomada?
Dentro das 72 horas e, no máximo, até ao 5.º dia.

A contraceção de emergência é eficaz?
A eficácia é tanto maior quanto mais cedo for usada a contraceção de emergência. O risco de gravidez é 4 a 8 vezes superior quando não se utiliza a contraceção de emergência.

A contraceção de emergência tem efeitos secundários?
A contraceção de emergência é, geralmente, bem tolerada. No entanto, podem surgir algumas queixas, após a toma da contraceção de emergência, como:
  • Náuseas e vómitos (25% das mulheres podem sentir náuseas e dessas apenas metade poderá ter vómitos);
  • Tensão mamária;
  • Cefaleias;
  • Tonturas;
  • Fadiga;
  • Diarreia;
  • Pequenas perdas de sangue.
Estes sintomas, que não estão associados, habitualmente, a qualquer problema, tenderão a desaparecer. Se estiver preocupada com algum destes efeitos, consulte um profissional de saúde.

A contraceção de emergência tem implicações na saúde da mulher?
A contraceção de emergência é segura para a saúde da mulher. A pílula do dia seguinte, como também é conhecida, não está associada a infertilidade, má formação fetal ou risco aumentado de gravidez fora do útero, como por vezes se ouve dizer. Mesmo nas mulheres que necessitaram de tomar mais do que uma pílula do dia seguinte, no mesmo ciclo menstrual, não foram relatados efeitos adversos graves.

Como funciona a contraceção de emergência?
A contraceção de emergência atua pelos mesmos mecanismos que a pílula de toma regular: atrasa ou impede a ovulação e previne a fertilização ou a implantação. Se já estiver grávida, a contraceção de emergência não interrompe a gravidez.

A contraceção de emergência é abortiva?
A contraceção de emergência não é abortiva, pois não é efetiva se a mulher já estiver grávida. Diz-se que a mulher está grávida quando o ovo se fixa no útero (nidação).

 Onde posso obter a contraceção de emergência?
Está disponível gratuitamente nos centros de saúde (horário normal de funcionamento e nos serviços de atendimento permanente), nos serviços de urgência de ginecologia dos hospitais, nos centros de atendimento para jovens e no Instituto Português da Juventude. Na farmácia pode ser comprada sem receita médica.
Os jovens podem obter a contraceção de emergência, bem como todos os outros métodos contracetivos, em qualquer serviço de saúde, não sendo obrigatório recorrer ao centro de saúde da sua área de residência.
Como se toma? Deve ser tomada nos primeiros 5 dias após as relações desprotegidas, sabendose que, quanto mais cedo for tomada, maior a sua eficácia. Cada embalagem contém apenas um comprimido, que deve ser tomado com alimentos, para diminuir a ocorrência de náuseas.

O retorno à fertilidade é imediato após a contraceção de emergência?
Sim, o retorno à fertilidade é imediato. Por isso, é muito importante usar outro método (como o preservativo) até aparecer a menstruação. Ou seja, é possível engravidar logo depois de fazer a contraceção de emergência.

O que é mais eficaz: a contraceção de emergência ou a pílula de toma diária?
A pílula de toma diária é muito mais eficaz que a contraceção de emergência. A pílula de toma diária tem uma eficácia de 99% se for tomada de uma forma correta, regular e continuada.

Como é que sei se a contraceção de emergência foi eficaz?
Se tiver o seu período menstrual. A menstruação poderá antecipar-se ou atrasar-se mais ou menos uma semana face à data prevista.

E se o período não surgir?
Caso o período não surja ou se o fluxo menstrual for invulgar, deverá consultar um profissional de saúde para realizar um teste de gravidez.

E se a contraceção de emergência falhar e ficar grávida? A contraceção de emergência pode fazer mal ao feto?
Não, não faz mal ao feto. Após um teste de gravidez positivo, a mulher deve, o mais cedo possível, iniciar a vigilância da gravidez. As consultas de saúde materna e os exames necessários para uma correta vigilância da gravidez são gratuitos nos centros de saúde.

Outras informações úteis…
  • A contraceção de emergência não protege das infeções de transmissão sexual.
  • Usar a contraceção de emergência de forma repetida não prejudica a saúde, ao contrário do que muitas vezes se anuncia. Mas é, sem dúvida, um sinal de que se deve procurar uma contraceção regular, mais eficaz e mais barata.

Expressões da sexualidade - a resposta sexual masculina


Embora homens e mulheres passem pelas mesmas fases, existem especificidades em cada uma delas, nomeadamente, em termos de duração e intensidade no encontro sexual.
Os estímulos eróticos, que potenciam uma resposta sexual, podem incluir imagens mentais, visuais, odores, sons e/ou carícias.
A resposta sexual masculina está extremamente ligada à elaboração de fantasias mentais, à visualização do objeto do desejo e às carícias das zonas erógenas. Este tipo de resposta sexual passa normalmente por quatro fases:

•Desejo;
•Excitação;
• Clímax ou orgasmo;
• Resolução ou regresso ao ponto inicial.

O desejo pode ser desencadeado por estímulos internos ou externos; o simples fato de vermos alguém que nos atrai ou sentir o cheiro dessa pessoa pode ser sufuciente para o desencadear.
O modo como pensamos e nos sentimos física e emocionalmente influenciam o desejo, sendo este variável de pessoa para pessoa e em diferentes momentos ao longo da vida. Biologicamente está dependente, nos dois sexos, dos níveis sanguíneos de testosterona.
A primeira resposta fisiológica do homem na fase da excitação é a ereção peniana. À medida que a estimulação aumenta, o homem sente-se mais excitada, respira de um modo ofegante e pode sentir-se tenso e transpirado.
Com o aumento da excitação, o homem atinge um ponto de onde será difícil retroceder e ao qual se segue a ejaculação.
Ao ejacular atinge o clímax, ou seja, um aumento súbito de tensão seguido de uma descarga libidinal que precede uma sensação de bem estar e de calma.
Esta fase compreende dois fenómenos essenciais: a ejaculação (expulsão do líquido seminal) e o orgasmo (sensação do prazer intenso, a qual acompanha essencialmente o segundo tempo da ejaculação. A respiração ofegante, o aumento de pulsação e da tensão arterial, assim como um aumento de transpiração, são sintomas que demarcam esta fase.).
Traduz-se essencialmente na perda de ereção: o pénis volta ao tamanho inicial /estado de flacidez. É mais lenta, se a fase de excitação foi mais prolongada, dependendo da intensidade dos estímulos desta fase. O corpo relaxa e sobrevem um estado de calma, de descontração e por vezes de sonolência.

As alterações corporais devidas à tensão sexual vão desaparecendo vagarosamente de acordo com o grau de excitação atingido e com as caraterísticas individuais. Contudo, uma nova estimulação a níveis altos de tensão sexual só é possível depois de um certo período de tempo, que pode ser de alguns minutos ou mais de uma hora, dependendo das circunstâncias.
Durante este período, chamado refratário, o homem, ao contrário da mulher, não tem condições físicas para ter novamente uma ereção e um orgasmo. A duração do período refratário varia de indivíduo para indivíduo e aumenta, inevitavelmente, com a idade.
• O pénis pode tornar-se ereto numa fase muito inicial, especialmente nos homens jovens. Isto não significa que ele esteja necessariamente preparado para ter relações sexuais.
• A excitação vem por “ondas”. Tanto o homem como a mulher podem sentir que a excitação vai e vem, com o respetivo aumento e diminuição da ereção e da resposta vaginal. Isto é perfeitamente normal. Uma quebra na excitação, por exemplo, uma perda de ereção, não significa que algo esteja errado.
• A ejaculação prematura, ou seja, uma ejaculação rápida que acontece antes de o homem desejar, é normal no início da atividade sexual, principalmente quando se encontram muito excitados ou quando decorreu muito tempo desde a última ejaculação. Com calma e experiência esta situação poderá vir a ser controlada.